Amores facebookianos versão Adocica
Adocica é o nome fictício que resolvi dar ao “amigo” sexual que a minha amiga arrumou pelo Facebook em um momento de extremo atraso, de secura total e desespero hormonal. A situação estava de esfregar a gulosa em asfalto quente. Por isso ela foi a um encontro as escuras achando que o amigo recém encontrado na rede social ainda era aquele “amigo” gatinho da época do colégio, uma cara bonitinho, com carro e grana e filho de prefeito de cidade do interior.
Para quem acompanhou a versão da Atrasadinha do Facebook sabe até a parte em que ela tomou os últimos vinte reais da mão do Adocica dentro do busão, desceu e foi beber no Bar do Armando. O Adocica seguiu no ônibus totalmente arrasado, a auto-estima em frangalhos muito pior do que vitima de bullying e pra piorar com o pau na mão. Mas deus é justo e verdadeiro e como é mês de São Jorge, protetor dos fracos, dos oprimidos e de quebra dos trouxas também, o Adocica acabou se dando bem.
Quando desceu do busão na Estação da Matriz, no centro de Manaus, estava mais por baixo que toba de sapo, e aquela chuva fina enchendo o saco de pedestre fodido, mas que ajudava a esconder as lágrimas de viver uma vida felá da puta.
Foi nesse estado de espírito que o Adocica trombou sem querer nas costas de uma pessoa ao dobrar uma esquina. Meio cego pela chuva e pelas lagrimas, o Adocica pediu desculpas ao que a moça respondeu na hora “Owww... você não olha pra onde anda não?” e o Adocica já a meio caminho do inferno respondeu pedindo novamente desculpas.
Foi quando a moça reparou que ele estava chorando, com uma cara de cachorro molhado, pirento na proa da canoa. Ela foi invadida por uma compaixão daquele infeliz, coisa típica de mulher quando vê homem chorando, por baixo, arrasado, quebrado, afulerado e pronto pra ser pisoteado. Agora era ela que estava pedindo desculpas por ter sido tão dura e grosseira e quis saber mais sobre aquele pobre homem, barrigudo, molhado, chorando e com uma pochete atravessada de lado a lado em cima da barriga. Convidou pra irem a uma boate próxima, pois na área central depois de certas horas só boates estão abertas. Ele topou na hora, achando que sua sorte estava mudando, afinal era uma gata gostosona convidando para beber, mas explicou que estava sem grana e estava chorando porque tinha acabado de ser assaltado. Como todo homem, ele mal conheceu a gata e já foi mentindo.
Na boate eles beberam, conversaram, riram, dançaram e a atração foi aumentando no mesmo nível do teor alcoólico no sangue. Rolou o primeiro beijo e em seguida milhares de beijos bem suculentos. Enfim a sorte do Adocica tinha mudado. Deixara de comer a “amiga” do passado que tinha ficado um bagulho e ainda o assaltou no busão e agora estava com uma puta gata gostosona cheia de desejo por ele. E pagando a conta dos dois.
Ela propôs para irem ao apartamento dela e saíram voando. Chegando lá o Adocica saiu pra cima da moça com a fome de vários meses de secura total. Foi arrancando o vestido, tirando a calcinha e baixando a boca pra dar uma chupada daquelas de arrancar o clitóris. Na pressa ele nem viu que o clitóris tinha mais ou menos 27 centímetros.
Só foi ver no dia seguinte, mas ai era tarde e o Adocica no alto da vida ferrada pensou que estava tudo certo. Afinal, o que são uns centímetros a mais?
Os dois estão casados até hoje. O Adocica cuida da casa, lava, cozinha e vai ao supermercado e a gatona sai toda noite pra bater calçada pra arrumar algum. A mesma calçada que ele a encontrou.
O Adocica só queria ser feliz.
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