Quando a ficção é mentira mesmo sendo literatura
O americano Francis Levy nunca esteve no Rio de Janeiro, nunca leu nada sobre a cidade, nunca ouviu uma palavra pronunciada em português e sequer fez pesquisa pela internet sobre a cidade.
Mesmo assim escreveu um romance ambientado na cidade chamado "Seven days in Rio" um livro de 150 páginas em que trata a cidade como a capital mundial do sexo, da orgia, dos assaltos e seqüestros.
E com direito a uma pequena, mas elogiosa crítica do "New York Times
A obra é uma ficção.
Mesmo sendo ficção tem que ter algum contato com a realidade, se localizada em algum ponto geográfico.
Eu não posso falar da Amazônia descrevendo o deserto do Saara, por exemplo.
Uma das frases do livro descreve o Rio como uma cidade em que “o número de prostitutas equivale ao de ratos no metrô de Nova York".
Num texto permeado por palavras e expressões chulas, relata os altos e baixos da estadia de Kenny Cantor, "um turista sexual convicto", em Copacabana e alerta para o fato de o Rio ser povoado por "batedores de carteira" e "gangues de sequestradores".
O problema é que quando perguntado sobre o porque dessa opinião sobre uma cidade que ele sequer conhece ele se compara a grandes autores da literatura.
“Não vejo problema em escrever sobre um lugar que não conheço. (Franz) Kafka fez Amerika", uma maravilha da literatura, sem ter saído da Europa”.
Isso que é ficção.
Ele se comparar ao Kafka.
Esse cara é um “jênio” da ficção.
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