Peixes invasivos ameaçam voltar ao Igarapé do Mindú
O igarapé do Mindú corta Manaus de cabo a rabo.
Mais rabo do que cabo.
Foi uma luta para conseguir eliminar todas as criaturas vivas nojentas que habitavam nele.
Foram anos de construção de esgotos, de desmatamento das margens, de construção de favelas e condomínios chics para poder dar fim aos temíveis peixes do Mindú.
Foi um trabalho conjunto entre o poder publico e a população baré.
Agora do nada, essas criaturas nocivas ameaçam voltar a habitar as fétidas águas do teimoso Mindú.
Andando pelas alamedas do paradisíaco Passeio do Mindú com seus condomínios copiados de Sampa dos anos setenta, vi que um grupo de sem tetos que vivem as margens do igarapé e dormem embaixo das pontes, estavam pescando e fazendo fogueira para assar peixes.
Achei que eram as tilapias que foram introduzidas no igarapé para dar cabo dos peixes nativos.
Nada, eles estavam pescando branquinhas, matrinxãs, jaraquis, um horror.
Aqueles gabirús humanos estavam comendo peixes extintos há décadas da região.
Fiquei apavorado ao ver que depois de anos de trabalho árduo para eliminar os jacundás, os aracus e outros peixes que habitavam as águas terrivelmente límpidas do igarapé, agora ameaçavam voltar.
O poder publico tem que chamar os moradores dos condomínios do Passeio do Mindú para debater esse desastre ecológico.
Todos os moradores contribuem cotidianamente com sua bosta para que o Mindú permaneça dentro dos padrões aceitáveis pela vizinhança, portanto tem que exigir mais empenho das autoridades.
Talvez concedendo mais permissões para construção de mais e mais condomínios para despejar mais bosta no teimoso igarapé que se nega a morrer seja a solução.
Né não!?
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