Fique triste, mas não vire emo
Ficar triste por um evento qualquer ou por angustia existencial faz parte da natureza humana e é saudável.
Ficar aprisionado na tristeza ou na angustia isso sim é doença.
A sociedade moderna viciada em psicanálise de moda simplifica qualquer sintoma de angustia como depressão.
E esses termos viraram diagnostico de botequim.
Quer bancar o inteligente em botequim diz que lê Clarisse Lispector e solta alguma frase com definições psicanalíticas no meio.
Em roda de bêbados funciona.
O atual conceito médico da depressão usa dados mensuráveis para definir esse estado, como tempo de duração de sintomas.
Para a psicanálise, a melancolia é o estágio mais extremo da depressão. A apatia do melancólico é fruto da perda de algo ou de alguém, que precisa ser compreendida e superada, em um processo semelhante ao do luto.
A diferença é que, enquanto no luto a perda é compreendida, na melancolia ela é inconsciente: não se sabe o que foi perdido.
Permita-se sentir dor e a solução para desencanar dela aparece.
A tristeza pode ser uma ferramenta para deixar claro que a pessoa está viva.
Mas ficar aprisionado nela pode ser o começo da virada emo na vida da pessoa.
Daqui a pouco está usando a roupa e a maquiagem da irmã e andando em bando em shoppings de mãos dadas com cara de bode preto e beijando pessoas do mesmo sexo porque está na moda.
Antes que isso ocorra, sorria, você é da periferia, mas usa Facebook.
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