Pedreiro desaparecido dentro de uma garrafa de cachaça


Minha sala está desmontada pelo meu pedreiro.
Aliás ele não é meu.
Isso parece coisa do tempo da escravidão.
É só força do hábito.
E ele é meu amigo.
Ele sempre me comove com suas histórias de um mundo insólito e real longe do meu mundo estranho e virtual.
Seu Marco.
Mas o veadinho não pode ver dinheiro que some.
Se eu não pago pelo trabalho sou um grande filha da puta que usa trabalho escravo.
Se eu pago ele sai bebendo cachaça uma semana até a grana acabar.
Ai ele volta que nem marido de mulher burra.
Que porra.
Minha sala está desmontada com um quadro maravilhoso do Raymond de Sá na parede valorizando o desmonte.
Como sou apaixonado pelo seu Marco nem adianta me oferecer outro pedreiro.
Que filha da puta cachaceiro dos caralho.

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