Não se faz mais Avon como antigamente
Fui a uma repartição publica tratar de um assunto de trabalho quando me deparei com uma amiga que há anos não via.
Uma jornalista competente.
Ela como eu sofreu os abalos do tempo.
Estamos todos elegantemente com cara de gatões da meia idade tentando envelhecer com alguma dignidade.
E dinheiro no bolso, claro!
Perguntei se 4ela estava trabalhando no órgão publico e ela respondeu que não.
Imediatamente abriu-se a porta de uma sala cheia de mulheres que pediram para ela entrar.
Eu fiquei cafifado de curiosidade.
Percebi que essa amiga carregava uma sacola grande.
Pensei “deve estar vendendo produtos da Avon”.
Ouvi risadas da mulherada dentro da sala e minha curiosidade mórbida aumentou.
Quando ela saiu da sala e veio falar comigo eu já estava convencido que era Avon que ela estava vendendo.
Sou do tempo do Avon.
Resolvi perguntar.
Ela falou que estava no negocio de sex shop ambulante.
Estava vendendo produtos eróticos.
Não resisti e pedi pra ver.
Tinha de tudo. Bolinhas tailandesas, boneca inflável, calcinhas comestíveis, viagra, vibrador sextavado, oitavado, cheio de pontas, pequeno, grande, imenso, negão, vermelho, verde, um verdadeiro arsenal de guerra pornô.
Perguntei se ela estava faturando com os produtos eróticos.
Ela falou “bem mais que Avon, meu bem!”.
E esses produtos são todos de borracha.
E nós já fomos os maiores exportadores de borracha do mundo.
Fiquei pensando em economia de mercado com um vibrador na mão.
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