Site para traição não é o Facebook
A traição sempre fascinou o ser humano.
Trair é vil, é covarde, é rasteiro e é burro.
Os casais cansados e distantes um do outro precisam de traições.
Ou de separações.
Os neuróticos também.
Traição é uma palavra horrorosa.
Mas ela é atraente para as pessoas.
Assim como a repulsa ao incesto, ao suicídio e ao canibalismo.
Que enojam e encantam.
E traição não tem nada a ver com pular cerquinha.
Traição é a mentira profunda.
É dar troféu de trouxa pro outro.
E ainda espalhar pela vizinhança.
Por conta desse fascínio que a traição exerce, mais uma modalidade da traição globalizada foi lançada no Brasil.
O site Ohhtel, que tem sua base nos EUA, começou a oferecer seus serviços com.br.
Apesar do nome, é só um espaço virtual.
Os encontros físicos são por conta e risco dos usuários .
Gente interessada em pular a cerca sem chamuscar o casamento.
A promessa é achar amantes discretos para clientes cadastrados.
A justificativa sociológica é que a aventura é alternativa ao divórcio, desde que o outro não descubra.
Teoricamente, o serviço é seguro. Mas, como diz Laís Ranna, vice-presidente do site no Brasil, "garantias são sempre muito vagas na internet".
Formada em artes cênicas, a paranaense Ranna, conta que antes do Ohhtel trabalhou em uma rede social que ajuda mulheres a encontrar homens ricos.
Uma coisa levou a outra.
E embora pareça muito com sua prima, isso não é prostituição.
Acho que depois disso não existe mais essa palavra.
De acordo com o filosofo Chico Sá, a maridização e a pijamização do casamento pode ser o começo do fim deste.
E vai deixando a gente conservador.
O bom mesmo é a sorte de ter alguém bacana com quem você queira trair ela mesma com ela própria.
E de pijama.
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