A luz no fim do túnel pode ser um caminhão


O Amazonas é um feudo político onde uma organização criminosa travestida de políticos está no poder a 25 anos. Quando o Boto Tucuxi, vulgo Gilberto Mestrinho, voltou do exílio e disse no aeroporto Eduardo Gomes que ficaria no mínimo 25 anos no poder ele não estava brincando. Ficou até sua morte encastelado nele e deixou herdeiros. Diplomou Amazonino que diplomou Eduardo Braga, Alfredo Nascimento, Robério Braga e a Ana Maria Braga, que juntos fundaram a dinastia Braga. Para poder controlar as varias esferas do poder, eles foram montando núcleos no legislativo e no judiciário onde existem os subgrupos. No legislativo tem a turma que age em família nos moldes máfia siciliana como os Souza que ficaram com a parte baixa e suja dos negócios, dos Lins que ficaram com as empreiteiras e construtoras onde se inclui o Pauderney Avelino e outros, dos evangélicos que apóiam todas as decisões do executivo sem nem olhar pra Cristo, e a indefectível bancada dos pseudo jornalistas apresentadores de televisão geralmente paridos dentro de programas de televisão assistencialistas e policialescos de baixa qualidade que atuam nos moldes narcoapresentadores para narcotizar a consciência cidadã da parte oprimida da população (de onde vieram os irmãos Souza, Marcos Rotta, Henrique Oliveira, as irmãs Sampaio e outros). No judiciário existem os eternos desembargadores raimundinhos alguma coisa que em troca de cordão de ouro grosso e uma lanchinha pra comer umas minas cafetinadas por colunistas sociais e criancinhas no interior, sabotam todos os processos que possam desestabilizar o bando, a absolvição do Amazonino foi só uma amostra do poder que eles ainda tem. A imprensa como quarto poder que insiste em não ser controlada como toda instituição democrática é, beneficia-se desse esquema de concessão implantado ainda na ditadura, onde apadrinhados e caciques políticos são os donos das rádios, jornais e televisão, cumpre o papel de ser o cabo eleitoral da gang, de eleger, de confundir a população, de desestabilizar qualquer tentativa de investigação através de boatos falsos e de denegrir a imagem das pessoas honestas que de alguma forma põe em perigo os negócios da quadrilha. Os jornalistas formados hoje só pensam em pegar uma boquinha pra ganhar jabá de corrupto.
A eleição do Serafim parecia ser o começo do fim dessa galerinha, mas o Sarafa resolve fazer do filho um político e trai toda a esquerda e as pessoas de bem que queriam mandar pro espaço o bando do poder.
Com o PT e os partidos de esquerda que temos, com seus sindicalistas e suas divisões que mamam atrás de cargos em troca de apoio aos tubarões da política baré o povo não pode contar.
Só uma união forte, com candidato ganhador e ascendente como o deputado Praciano para tomar a prefeitura de Manaus, a galinha dos ovos dourados dessa gang, e a partir daí tomar o estado do Amazonas, refém desse grupo há 25 anos, poderia ser uma rota para esse objetivo.
E ontem na votação sobre o salário mínimo, o Praciano dá uma de Serafim. Vota contra o PT e o governo que ele apoia, no primeiro teste político do governo Dilma. Como eleitor do Praciano eu passo a desconfiar dos seus compromissos que passam pela decisão do grupo ao que se faz parte, de outra forma não se faz política e sim outra coisa.
Esse tipo de individualismo mostra que estamos longe de mudar as coisas por aqui. Espero estar enganado.
Que a luz seja luz no fim do túnel e não um caminhão carregado de desencantos.

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