Lou Reed morre como um domingo
Domingo é um dia perfeito para se morrer. Um Perfect Day.
Domingos cheiram a tédio e torpor como um canoa singrando por baixo de arvores em um igapó amazônico.
Atravessando a Ponte do Bilhão em um belo pôr do sol sobre o Rio Negro e ouvir no rádio a notícia que Lou Reed se foi.
Walk On The Wild Side.
É o que todo mundo deveria fazer ao menos uma vez na sua mísera existência.
Andar pelo lado selvagem e oculto da vida chata para caraleo.
É por essas paragens que o velho Lou Reed embala os sonhos dos velhos sonhadores beberrões que dão valor a uma grande ressaca existencial.
Existencial, porque ressaca moral é para os otários.
O carinha da rádio nem sabe quem é Lou Reed que ele acabou de anunciar a morte e logo em seguida põe para tocar “Chu, cha, cha , chu, cha, cha, chu, segura o tchan, amarra o tchan”.
O jeito é desligar o rádio, fechar os olhos e sentir o pôr do sol que leva junto o bom e velho Lou.
Morrer aos domingos é uma bela saída para se livrar da guerra da segunda insana.
O velho Lou soube viver e morrer.
Enquanto isso o velho Rio Negro vai continuar descendo rumo ao Atlântico azul.
Domingos cheiram a tédio e torpor como um canoa singrando por baixo de arvores em um igapó amazônico.
Atravessando a Ponte do Bilhão em um belo pôr do sol sobre o Rio Negro e ouvir no rádio a notícia que Lou Reed se foi.
Walk On The Wild Side.
É o que todo mundo deveria fazer ao menos uma vez na sua mísera existência.
Andar pelo lado selvagem e oculto da vida chata para caraleo.
É por essas paragens que o velho Lou Reed embala os sonhos dos velhos sonhadores beberrões que dão valor a uma grande ressaca existencial.
Existencial, porque ressaca moral é para os otários.
O carinha da rádio nem sabe quem é Lou Reed que ele acabou de anunciar a morte e logo em seguida põe para tocar “Chu, cha, cha , chu, cha, cha, chu, segura o tchan, amarra o tchan”.
O jeito é desligar o rádio, fechar os olhos e sentir o pôr do sol que leva junto o bom e velho Lou.
Morrer aos domingos é uma bela saída para se livrar da guerra da segunda insana.
O velho Lou soube viver e morrer.
Enquanto isso o velho Rio Negro vai continuar descendo rumo ao Atlântico azul.
Comentários
Dois textos PERFEITOS. Definitivos.
Duas grandes análises extensas, minuciosas e detalhadas sobre 2 álbuns essenciais, com a narrativa CHOCANTE, ESTARRECEDORA da vida pessoal do artista em sua fase mais barra-pesada.
DE ARREPIAR OS CABELOS:
No fundo do poço com Lou Reed:
Berlin (1973)
http://www.beatrix.pro.br/mofo/berlin.htm
Rock 'n' Roll Animal Tour (1974)
http://www.beatrix.pro.br/mofo/lourock.htm
“O produtor Bob Ezrin imediatamente voou para o Canadá onde se internou em um hospital, para se curar da dependência de heroína e poder exorcizar o disco.”
“Para se dissociar da imagem de David Bowie, já que não agüentava mais as comparações, Lou começou a criticar Bowie chamando-o de um cara “sujo” e que Bowie havia se aproveitado dele para decolar na carreira. Irritado, Bowie retrucou que Lou...”
“Durante a turnê, ocorreu uma tentativa de suicídio de sua esposa Betty, que era totalmente desprezada por Lou. Betty dizia que não sabia como conseguiu casar com um homem tão mau, mentiroso e maníaco...”
“John Cale assistiu uma dessas apresentações e comentou, horrorizado, que a anfetamina havia mudado a estrutura muscular de seu rosto, a ponto dele não poder mais sorrir.”
“E Lou começou seu jogo macabro, com atitudes ainda mais vis. Sua primeira vítima foi ninguém menos que Nico. (*****************) Essa insanidade durou três dias, até que ela fugiu para o apartamento vizinho pedindo socorro. Essa seria a última vez que os dois se veriam. Nico nunca mais conseguiria encarar Lou nos olhos...”