Praga Quechua pega em barezinho
Na noite do primeiro dia em Cusco, o Soroche já havia se instalado dentro da minha alma Baré. O treco estava tão pesado que fiquei com saudade da minha boa e gostosa leseira.
Tomei remédio comprado nas boticas (drogaria em Cusco), tomei bules e bules de chá de folha de coca, parei de falar andando, e nada.
Resolvi apelar para algum deus Quechua já que o maleficio do Soroche é coisa da montanha deles.
Perguntei ao garçon qual o deus supremo dos quechuas e ele respondeu “Viracocha”.
Eu no meu desespero comecei pedir em português para o Seo Viracocha que desse um jeitinho no meu Soroche.
Deu certo!
Melhorei e sai com a Rosinha pela noite de Cusco doido para beber mais umas brejas.
O nome do deus Viracocha virou uma delícia na minha boca. Tudo que eu falava tinha Viracocha no meio.
Pedia uma cerveja e jogava no chão um gole para o santo Viracocha.
Daqui a pouco já estava pedindo cerveja Viracocha, aquela que você bebe e vira a coxa.
E por ai vai, na sacanagem.
Quando bebi a quinta cerveja senti um badalo na cabeça dizendo que o Soroche estava voltando.
Fui para o hotel andando lentamente sem poder respirar a cada passo que dava no frio de 4 graus da noite cusquenha. Cheguei ao hotel e passei uma noite horrorosa até o tucupi de Soroche.
No dia seguinte, 23 de junho, véspera da Festa do Sol ou Inti Raymi para os quechuas, também tinha o jogo do Brasil. Acordei animadão empolgado com a festa de Cusco e o jogo.
A rua estava repleta de nativos com trajes típicos e fantasias, divididos em blocos como se fosse no carnaval de rua no Brasil.
Vi passar na frente do hotel um bloco de mascarados narigudos beberrões batucando pela rua e corri para fotografar. Na corrida caiu o meu celular da minha calça sem que eu notasse.
Um a zero para o Viracocha.
A noite, mesmo com o Soroche zunindo na cabeça encarnei com a Rosinha para a gente sair e ver os nativos festejando o Inti Raymi pela noite adentro. Vi um grupo de músicos tocando músicas andinas com violões e flautas, achei lindo e fui fotografar no meio deles. Um grupo de pivetes quéchuas sorrateiramente roubaram a minha câmera da pochete que uso para guardar.
Dois a zero para o Viracocha.
Depois de dois dias, na volta para a Barelândia, no hotel em Lima, fui sacar meu passaporte do casaco e nada. Perdi.
Três a zero para o Viracocha. Tava virando goleada.
Lembrei que no aeroporto em Lima diante da esteira de bagagens, tirei minha jaqueta de frio e enrolei na cintura. O passaporte deve ter caído ali.
Lembro de ter olhado para trás e ver um nativo quéchua com o rosto pintado sorrindo para mim e eu respondi com outro sorriso e um “Holá”.
Falei isso para a Rosa no hotel e ela a jura não ter visto quéchua pintado no aeroporto porra nenhuma.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhh se eu pego esse tal de Viracocha!
Tomei remédio comprado nas boticas (drogaria em Cusco), tomei bules e bules de chá de folha de coca, parei de falar andando, e nada.
Resolvi apelar para algum deus Quechua já que o maleficio do Soroche é coisa da montanha deles.
Perguntei ao garçon qual o deus supremo dos quechuas e ele respondeu “Viracocha”.
Eu no meu desespero comecei pedir em português para o Seo Viracocha que desse um jeitinho no meu Soroche.
Deu certo!
Melhorei e sai com a Rosinha pela noite de Cusco doido para beber mais umas brejas.
O nome do deus Viracocha virou uma delícia na minha boca. Tudo que eu falava tinha Viracocha no meio.
Pedia uma cerveja e jogava no chão um gole para o santo Viracocha.
Daqui a pouco já estava pedindo cerveja Viracocha, aquela que você bebe e vira a coxa.
E por ai vai, na sacanagem.
Quando bebi a quinta cerveja senti um badalo na cabeça dizendo que o Soroche estava voltando.
Fui para o hotel andando lentamente sem poder respirar a cada passo que dava no frio de 4 graus da noite cusquenha. Cheguei ao hotel e passei uma noite horrorosa até o tucupi de Soroche.
No dia seguinte, 23 de junho, véspera da Festa do Sol ou Inti Raymi para os quechuas, também tinha o jogo do Brasil. Acordei animadão empolgado com a festa de Cusco e o jogo.
A rua estava repleta de nativos com trajes típicos e fantasias, divididos em blocos como se fosse no carnaval de rua no Brasil.
Vi passar na frente do hotel um bloco de mascarados narigudos beberrões batucando pela rua e corri para fotografar. Na corrida caiu o meu celular da minha calça sem que eu notasse.
Um a zero para o Viracocha.
A noite, mesmo com o Soroche zunindo na cabeça encarnei com a Rosinha para a gente sair e ver os nativos festejando o Inti Raymi pela noite adentro. Vi um grupo de músicos tocando músicas andinas com violões e flautas, achei lindo e fui fotografar no meio deles. Um grupo de pivetes quéchuas sorrateiramente roubaram a minha câmera da pochete que uso para guardar.
Dois a zero para o Viracocha.
Depois de dois dias, na volta para a Barelândia, no hotel em Lima, fui sacar meu passaporte do casaco e nada. Perdi.
Três a zero para o Viracocha. Tava virando goleada.
Lembrei que no aeroporto em Lima diante da esteira de bagagens, tirei minha jaqueta de frio e enrolei na cintura. O passaporte deve ter caído ali.
Lembro de ter olhado para trás e ver um nativo quéchua com o rosto pintado sorrindo para mim e eu respondi com outro sorriso e um “Holá”.
Falei isso para a Rosa no hotel e ela a jura não ter visto quéchua pintado no aeroporto porra nenhuma.
Ahhhhhhhhhhhhhhhhh se eu pego esse tal de Viracocha!
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