Amor de retrovisor


Talvez alguns amores sejam mesmo para serem guardados em um lugar especial, um cantinho secreto, mas são amores para serem apenas sentidos, não vividos. Não para sempre.
Alguns amores são o alimento para a alma, a inspiração que promove o acelerar do coração , o frio na barriga, o grito da alma dizendo para onde quer voltar, quando vez ou outra, aquela música, justo aquela música toca e enche a gente de saudade.
Neste instante, tudo o que se quer é pegar o telefone e discar aquele número que poderá salvar o dia ou piorar a tarde.
Aí você recua, não termina a discagem...tem medo das novidades...Põe de novo a música pra tocar, e recorda... Daí então, como se sua alma precisasse gritar, você chora e chora e enquanto as lágrimas caem, você pensa de novo em ligar.
Mas se lembra que isso tudo é passado, suas vidas tomaram rumos distintos, as escolhas foram outras, os parceiros são outros.
Não dá mais pra voltar atrás.
Enquanto a música diz exatamente o que você está sentindo, enquanto toca a trilha deste amor, talvez um poema neoconcreto escrito e musicado pelo Arnaldo Antunes, você lembra que um dia, num momento de não quero mais esse fantasma, deletou do Facebook, do Twiter, jogou fora as lembranças físicas... Não tem mais nada em que se segurar... Não tem mais como provar que um dia aquele amor puro, de sensações até hoje incomparáveis aconteceu com você, a não ser através das suas lembranças metafísicas, de recordações carinhosas de quem um dia viveu um grande amor.
Um amor assim não deveria mesmo ser vivido e exatamente por isso, ele te causa tanta confusão, tanto medo, tanta saudade.
Mas esse amor é pra ser lembrado, e exatamente por não ter se transformado, não ter se tornado um desamor, se torna tão especial, um quê de inacabado, com mais sentimentos que tantos outros que passaram por sua vida antes e depois dele. Mas esse é pra ser lembrado e de vez em quando causar esse arrepio na espinha, esse aperto no peito e uma mistura de tristeza , uma tristeza profunda, uma tristeza doída e uma alegria nostálgica chamada simplesmente de saudade.
E só o que resta é acelerar, seguir em frente e volta e meia quando a vida parecer sem sentido, olhar pelo retrovisor para saber que sim.
A vida vale a pena!

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