Me bota chifre, mas não não me larga
Nem o Lacan conseguiria dizer algo assim na busca da frase perfeita para definir “sublimação” que significa transformar a baixeza das paixões da carne em matéria-prima de coisas SUBLIMES.
Nem o Cazuza, o Exagerado, conseguiria dizer isso em voz alta atrás de um amor inventado.
Nem o Reginaldo Rossi, o Rei do Brega, conseguiria com seu cinismo escrachado dizer tamanha barbaridade.
Mas o filosofo pé inchado de Paricatuba disse.
Disse para a Dona Rô, uma terapeuta ocupacional que ensina as pessoas a serem felizes ou tentarem amenizar suas dores.
Disse que tinha arrumado uma namorada e pediu para ela.
“Me bota chifre, mas não me larga”.
Isso é uma demonstração de amor tão grande, de aceitação e subjugação a esse amor que chega a ser patético.
Há quem ache somente patético.
Há quem veja pelo lado romântico da coisa.
Eu não viveria isso.
Mas parabenizo uma alma que chega a ser capaz disso.
Não conheço ninguém que tenha assumido uma parada dessas.
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