A reinvenção do cercadinho VIP

Nada mais boçal que o cercadinho VIP como símbolo de status.
O cercadinho VIP não é uma invenção moderna. Sequer do século 19 ou 20.
A época do Império Romano já existia o cercadinho VIP.
Geralmente eram imperadores veadinhos e seus namorados que ficavam neles.
Mulheres nem.
Na Grécia Antiga tinha o cercadinho VIP, mas era menos claustrofóbico.
As bibas ficavam discutindo Platão e Sócrates nas ruas mesmo.
Os filósofos gregos tinham interesse em expandir o conhecimento e ter adesão aos seus pensamentos.
No mundo moderno, cercadinho VIP é uma faca de dois legumes.
Pode ser coisa de gente chic para alguns novos ricos, mas é coisa de jegue cafona para uma pessoa que acredita na democracia.
O que não pode é fazer cercadinho VIP em eventos bancados com o dinheiro publico em lugares públicos.
Aí é fazer cercadinho VIP com a cara das pessoas.
Estão fazendo cercadinho VIP nas calçadas publicas, nas praias, nas praças e etc.
Nada mudou desde a Antiga Roma até hoje no tal no cercadinho VIP.
Continua sendo frequentado por quem se apropriou do poder e se acha com status, os veadinhos que fazem a alegria dos “VIPs”, os convidados de “honra”, as prostitutas para enfeitar a bagaça, tudo consumindo o dinheiro dos impostos dos trouxas que somos nós.
No Amazonas todo show no Teatro Amazonas, metade das cadeiras privilegiadas em frente ao palco pertencem a família e amigos do rei da bagaça.
Nos eventos públicos nas praças, lá está o cercadinho VIP.
Nêgo se apropria do que é alheio na maior cara dura.
Cadê a policia que não prende um meliante desses?
Pergunta o caboco da proa da sua canoa.