A vantagem de ter vários vícios
Desde a última era glacial, em que os mamutes e o bicho-preguiça gigante foram extintos da face da terra pelo primitivo homo sapiens, ascentral do homossexual moderno, que pululam de galho em galho nas redações dos jornais, no senado da república, pela câmara federal, pelos tatames de jiu-jitsu, o homem enquanto sociedade buscando o refinamento do convívio social, o apuramento das relações interpessoais baseadas na esculhambação da lei do “eu derrubei o sabonete mas quem pega é tu”, nunca viveu um período de tanto descaramento e esgarçamento das normas ( Menos a Norma Araújo, ela é chic, é outsider, é a nossa quatrocentona baré, rainha da bateria da Barelândia) e leis que arbitram a relação homo X homo. Está uma putaria. Para imitar os americanos, que desde o bendito 11 de setembro, quando aviões selvagens capitalistas pilotados por mulçumanos capitalistas selvagens derrubaram as Torres Gêmeas, símbolo fálico de uma sociedade que fode os outros só pra ouvir gemer, os lideres tupiniquins por não terem porra nenhuma pra fazer, criar ou foder, resolvem só imitar o grande pai branco, proibindo as coisas, os bichos e as pessoas de suas liberdades básicas alcançadas por vários anos de luta contra poderes tirânicos. Vem um juiz prende, vem um juiz chefe, solta, quando se trata de um corrupto acima de qualquer suspeita ou acima de qualquer bilhão. E nós, merreca, vocacionados pra roubar galinha preta pra fazer macumba só assistindo indignados como se fosse um jogo de tênis de mau gosto.
Até bem pouco tempo atrás, quando pensávamos que poderíamos mudar o mundo, uma alma penada nascida no Brasil mesmo que vilipendiada pelas mentiras da imprensa, pela péssima administração dos poderes públicos, pela usurpadora cobrança de impostos sem trôco, pela corrupção institucional, ainda assim gozava de certas liberdades vigiadas, aquela concedida pelo Estado corrupto, mas vigilante. O cara podia fumar um cigarrinho pra relaxar, sem ser importunado por um horda de “saudáveis” não fumantes com suas caras de reprovação, apertar um baseado sem que o policial da esquina te pedisse um pega porque agora pode, até beber uma cerveja ou cachaça sem que policias disfarçados fiquem te dedurando pelo rádio para que uma viatura dos colegas pare teu carro no caminho pra te tomar uns 300 pro guaraná porque o natal está chegando. Hoje está foda saber em que vício confiar, ou saber o que está legalizado ou caiu na reprovação do neo conservador evangélico dos santos dos últimos dias do passa o meu que o teu já foi.
Viver sem vícios é não viver. É vegetar sem ser vegetal, (ops...tem a União do Vegetal). Mas assim não dá. Como uma pessoa normal vai conseguir agüentar os neo chatos e sua nova ordem mundial?. Eu já arrumei mais um vício para enfrentar a nova onda de proibições que estão por vir nessa maldita era covarde. Estou aprendendo a jogar poker. O Texas Holdem. Aprendi de tanto ver a programação americanizada dos nossos canais pagos em que a gente aprende a ser americano e gostar de poker e beiseball e paga pra ver comercial de produtos e religiões brancas protestantes para esquecer nosso vinculo mulato africano.
Dar tapa na pantera que nada, beber cerveja no bar do Armando está por fora, vou ficar em casa na encolha jogando poker na rede. E esperar chegar minha nova boneca inflável toda siliconada ultimo tipo, e pedir por telefone uma caixa de Viagra, a ultima droga ainda legalizada. O moto boy e os Correios até que funcionam, quando querem.
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