O Mindú é democrático
Depois de passada as chuvas recordes das últimas semanas, que fizeram transbordar os estrangulados igarapés que cortam Manaus, restaram várias lições a serem aprendidas sob a luz dos rescaldos e entulhos que se espalharam pela lama invasora.
Passando pela ponte da Recife, sobre o igarapé do Mindú dava para se ter uma idéia da extensão do estrago só pelos objetos que flutuavam sobre a água (alguns nem tanto). Via-se sob o sol escaldante do dia seguinte ao dilúvio todo tipo de eletrodoméstico, roupas, tipos de lixo, etc.
Tinha de home theater a radinho de pilha. Tudo democraticamente lado a lado, flutuando igarapé a baixo. Ví até um Toyota, que dizem foi arrastado da garagem de uma casa perto do Motel Le Baron, casa que também parece um motel.
A justiça da natureza, a forma vingativa com que ela se manifesta, não conhece rico nem pobre. Fica tudo nivelado no meio do bosteiro a céu aberto que todos tem um pouco de culpa em criar.
Mas a culpa sempre é do pobre. Fica mentindo pra Deus, reclamando, dizendo que não tem nada, que passa fome, etc, mas quando cai temporal e vem enchente, vai pra tv dizer que perdeu tudo. Ou não se tem nada ou se tem tudo. Deus detesta mentira. Principalmente de pobre e mentiroso.
O problema que o castigo acaba atingindo também as “pessoas de bem”, que inocentemente, incautamente, construiram suas mansões a margem do igarapé, apesar de saberem que é área da união. Quando o igarapé transborda, acaba alagando as garagens para 10 carros, obrigando os pobres proprietários a tirar seus brinquedinhos de estimação para a luz do olhar dos curiosos. Fora o fato que deixa um cheiro horroroso no estofamento. A sorte dessas boas pessoas é quando tem as suas casinhas alagadas, ao invés de ir morar em uma escola pública em um suburbio distante, elas vão para suas casinhas de campo na Vivenda Verde (ou do Pontal).
A única justiça cega é a da natureza, as outras estão a venda e sem venda. É por isso que pão de pobre sempre cai com a manteiga virada pro chão. Castigo.
Depois de passada as chuvas recordes das últimas semanas, que fizeram transbordar os estrangulados igarapés que cortam Manaus, restaram várias lições a serem aprendidas sob a luz dos rescaldos e entulhos que se espalharam pela lama invasora.
Passando pela ponte da Recife, sobre o igarapé do Mindú dava para se ter uma idéia da extensão do estrago só pelos objetos que flutuavam sobre a água (alguns nem tanto). Via-se sob o sol escaldante do dia seguinte ao dilúvio todo tipo de eletrodoméstico, roupas, tipos de lixo, etc.
Tinha de home theater a radinho de pilha. Tudo democraticamente lado a lado, flutuando igarapé a baixo. Ví até um Toyota, que dizem foi arrastado da garagem de uma casa perto do Motel Le Baron, casa que também parece um motel.
A justiça da natureza, a forma vingativa com que ela se manifesta, não conhece rico nem pobre. Fica tudo nivelado no meio do bosteiro a céu aberto que todos tem um pouco de culpa em criar.
Mas a culpa sempre é do pobre. Fica mentindo pra Deus, reclamando, dizendo que não tem nada, que passa fome, etc, mas quando cai temporal e vem enchente, vai pra tv dizer que perdeu tudo. Ou não se tem nada ou se tem tudo. Deus detesta mentira. Principalmente de pobre e mentiroso.
O problema que o castigo acaba atingindo também as “pessoas de bem”, que inocentemente, incautamente, construiram suas mansões a margem do igarapé, apesar de saberem que é área da união. Quando o igarapé transborda, acaba alagando as garagens para 10 carros, obrigando os pobres proprietários a tirar seus brinquedinhos de estimação para a luz do olhar dos curiosos. Fora o fato que deixa um cheiro horroroso no estofamento. A sorte dessas boas pessoas é quando tem as suas casinhas alagadas, ao invés de ir morar em uma escola pública em um suburbio distante, elas vão para suas casinhas de campo na Vivenda Verde (ou do Pontal).
A única justiça cega é a da natureza, as outras estão a venda e sem venda. É por isso que pão de pobre sempre cai com a manteiga virada pro chão. Castigo.
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