O efeito manada paulista


A estudante de Turismo Geisy Arruda sofreu bárbaro assédio coletivo no dia 22 de Outubro, e quase foi estuprada por 700 alunos. Em anúncios cinicamente publicados nos jornalões paulistas de quinta categoria, pertencentes ao PIG (Partido da Imprensa Golpista), a Universidade Bandeirante –UNIBAN, anuncia que decidiu expulsar a aluna. A universidade preferiu punir a vítima e inventar uma justificativa canalha para o espetáculo do bullying, registrado por câmeras dos próprios alunos. Seria cômico se não fosse trágico. A Uniban, mais uma das uniesquinas do Brasil, considera "defesa do ambiente escolar" a agitação do bando que ameaçava estuprar a colega e que a perseguiu aos gritos de "puta, puta, puta". Em "Psicologia das Multidões", Gustave Le Bon refere-se com clareza ao fenômeno da sugestão em movimentos de multidões, vulgarmente chamado de efeito manada. Alheia a valores e princípios, a Uniban pautou-se unicamente pela doutrina da preservação do lucro. Expulsou a mocinha da periferia e manteve as centenas de vândalos que a molestaram. Defendeu, assim, a receita, a contabilidade, mesmo sob o risco de macular para sempre sua imagem. Em nome do "negócio", a Uniban preferiu investir na fabricação de canalhas. A invenção do lucro pelo lucro, de uma sociedade competitiva, “trabalhadora” e bem sucedida é uma invenção da sociedade moderna criada na revolução industrial e plenamente copiada em todos os seus principios e ausências de valores pela sociedade paulista, que se orgulha em ser vitoriosa nesse modelo de desenvolvimento, mesmo com suas universidades de esquina formando cidadãos dessa natureza. Os estupradores de hoje serão os governantes de amanhã. O episódio Geisy revela a decadência do ensino universitário brasileiro, transformado em oportunidade de mercado. Essa é a herança do regime militar e dos governos conservadores que o seguiram, sobretudo aquele do privateiro Fernando Henrique Cardoso. Ironicamente, o bajulado professor uspeano de tudo fez para esculhambar o ensino público de qualidade, entregando o sagrado ofício da educação às máfias dos certificados e aos traficantes de títulos acadêmicos. Tempos de provação. E, como formigas, os canalhas saem aos montes dessas instituições, prontos a divinizar o pensamento neoliberal e a Lei de Gérson, seduzidos à barbárie por diversão. E o pior é ouvir em bares garotas paulistas concordando com isso. Afff.

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