O clitóris no carnaval pós-moderno
Carnaval é uma festa ridícula feita por ridículos, mas a idéia é essa mesma, demonstrar o quanto somos ridículos na nossa vidinha medíocre, limitada e sem sentido. Acho que por isso todos se identificam tanto com a festa e acabam caindo na gandaia geral mesmo não gostando ou gostando e se sentindo ridículo. Levado por dois amigos exus que ativaram os meus exus, quando percebi estava nos arredores da Bica, a banda tradicional do Bar do Armando, que reúne o maior numero de gente feia por metro quadrado, tanto que o nome deveria ser Banda da Lua, por conta da quantidade de dragões que povoam a festa. Para não sermos esmagados pela horda de gente feia alcoolizada que tem uma idéia estranha sobre diversão, paramos em um bar da periferia da festa, com a teoria de que mingau quente a gente deve beber pela beira e soprando. Paramos no Castelinho, uma mistura de bar e casa de programa meio que rock in roll. Para nosso azar, a rua na frente do bar tinha se transformado em delegacia itinerante pela policia militar. Entre os camburões parados eles colocavam os pobres coitados que eles prendiam na banda. Muitos eram presos só pelo fato de serem pobres e feios e ainda se acharem no direito de estarem bêbados. Colocavam os caras presos, no chão, bem na nossa frente. Aquela cena tava dando mal estar, pois o mesmo sado masoquismo que fazia ir a festa, não gosta de ver alguém sendo espancado e humilhado sem defesa, no chão e na frente de todo mundo. O que chamou a atenção e roubou a cena, foi o fato que quem mais batia, dava chutes nas costas dos caras sentados e indefesos, era uma tenente da policia militar, uma morena gostosona, que era detida pelo cabo que pedia pra ela não bater nos caras na frente das pessoas. A cena bizarra acabou erotizando a macharada que tava vendo. A morena gostosona fazia tanta força pra chutar as costas dos caras que até gemia a cada chute. Todos os machos do bar ficaram olhando pra bunda dela enquanto ela torturava os presos. Tinha uns, inclusive eu, que adorariam estar levando chutes daquela morena deliciosa.
A cena acabou cansando a todos e resolvemos pegar o carro e cair fora do circo de horror, mas atravessando todo o oceano de feios que se esmagavam por um quinhão de alegria. A porra do carro tava estacionado do outro lado da praça. Nessa de atravessar o populacho, sendo esmagado, pisoteado, bolinado, melecado, duas garotas me encocharam, uma pela frente e outra por trás. Claro que a festa começou a parecer melhor pra mim. Eu nunca tinha visto nenhuma das duas bêbadas que estavam me encochando, mas tava ótimo. Meu ego estava excelente, pois naquele mar de dragões, as duas eram até bonitinhas. Fui arrastado por elas na multidão, e volta e meia paravam e brincavam de boquinha na garrafa com meu corpinho bêbado e entregue as bolinações das taradas bêbadas. Percebi que meus amigos estavam se afastando, saindo da multidão indo embora pegar o carro. Consegui me livrar das loucas e quando os alcancei, fiz a tradicional revista nos bolsos pra ver se tava tudo certo. Foi-se meu celular, cigarro e mais alguns pertences que estavam no calção. As duas gostosas meliantes tinham me roubado. Deu saudade da tenente gostosona e sua tortura sexualmente estimulante. Mulher bêbada em carnaval só se for a dos outros e de preferência sem nada no bolso.
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