A guerra do niobio na terra das raposas


Uma breve explicação sobre a guerra do nióbio em Roraima e porque tanta ONG estrangeira está na parada na disputadíssima Raposa Terra do Sol. A conversa do arroz é cortina de fumaça para encobrir as verdadeiras causas dessa confusão toda, que envolve índios que só falam inglês e seus Toyotas, e latifundiários plantadores de arroz que ocupam 1% da pretensa reserva, e por trás o dinheiro farto do Grande Pai Branco bancador de ONGS. Em agosto de 2005, um ex-conselheiro do presidente norte-americano Ronald Reagan disse, em entrevista ao jornal The Australian que, se por um motivo qualquer, houvesse uma repentina venda maciça de dólares, a Grande Depressão de 1929 pareceria um piquenique. Para se ter uma idéia, o volume de dólares fora dos EUA é cerca de quatro vezes o PIB daquele país. Parecia profecia, agora em 2008, quebra Wall Street. Em tal situação, os dirigentes da oligarquia mundial, entre eles Warren Buffett e George Soros, dois dos maiores donos de ativos financeiros do mundo, vêm transformando sua riqueza financeira em riqueza real, adquirindo ativos reais, como terras, bens de produção (indústrias e máquinas) e minerais preciosos. Dominar todo o processo produtivo, desde a extração ou a fabricação de matéria-prima ao produto final, depois sua comercialização, no atacado e no varejo, pelo menos de todos os bens mais importantes para a vida moderna é o sonho dourado das grandes oligarquias transnacionais. Assim, espertamente compram terras, bens de produção e avançam sobre o domínio da exploração, extração, manipulação e comercialização do universo das matérias primas, incluindo os minerais. “Montam” fundações para injetar fortunas que alimentam ONGS para fazer o front do Neo-Colonialismo Ambiental, para encobrir seus reais interesses. Por isso a corrida pelo dinheiro farto oriundo dessas fontes, inclusive até o governador do Amazonas, conhecido aliado do Amazonino, virou grão mestre da ecologia.
Roraima não está sob disputa à toa, dentro desse quadro. Sob o solo daquele Estado, especialmente nas reservas indígenas, estão as maiores reservas de minerais preciosos e estratégicos do mundo - todos de qualidade excepcionalmente boa. Há ouro, diamante e Nióbio. O Nióbio é importante para a indústria aeronáutica e aeroespacial, bem como para a construção de dutos pelos quais podem ser transportados água, petróleo e suas variantes a grandes distâncias. Ele reforça o metal e cria uma superliga de grande resistência à combustão. Por isso é usado em turbinas de avião, por exemplo. É também um supercondutor, quando resfriado. Com a progressiva crise do petróleo, os reatores atômicos voltaram ao jogo energético global. E uma nova era de reatores atômicos está para começar com a construção do ITER (International Thermonuclear Experimental Reactor) na cidade francesa de Cadarache, e que deverá entrar em operação em 2015. Ele funcionará com fusão nuclear, como o Sol (ao contrário da geração anterior, que usa fissão e que, como resultado, produz lixo atômico). É aí que entra o Nióbio, usado pra revestir o reator. Se a técnica da fusão nuclear for dominada, a era do petróleo finalmente terá chegado ao fim, no planeta. Segundo o principal conselheiro científico da Grã-Bretanha, sir David King, quando o projeto for posto em prática, haverá um grande mercado para o Nióbio. Em 1801, o químico inglês Charles Hatchett descobriu numa amostra de minério extraído na região americana da Nova Inglaterra, e deu-lhe o nome de colúmbio. Em 1844, o alemão Heirich Rose distinguiu no colúmbio dois elementos distintos, e chamou-os tântalo e nióbio. O nome colúmbio, no entanto, continua a ser usado pela indústria metalúrgica americana para designar o nióbio. Os ingleses no começo do século 19, incentivaram uma disputa por terras indígenas na fronteira Brasil e Guiana Inglesa, dividindo o povo Macuxi. Alguns ficaram do lado inglês. Daí o escritor Mario de Andrade criar o personagem do índio vendido Macunaíma. Nessa disputa “pra ajudar os índios”, os ingleses avançaram suas fronteiras até o Monte Roraima, onde começam as jazidas de nióbio. O buraco é bem mais embaixo e não é na linha do horizonte que se encontram o olho da disputa. A guerra étnica na qual querem envolver a população brasileira, levantando questões de forma torta e vesga, tendenciosa e separatista, e apoiada inocentemente ou de má fé por ambientalistas sem conhecimento profundo das coisas que ocorrem a mais de um século naquela região, pode criar um efeito desastroso para as causa indígenas justas, e resvalar em causas ambientais e ambientalistas igualmente justas. Muita coisa está em jogo nessa disputa, que não é por índio nem por arroz. O fato é que tem mais ONG naquela região do que índio. No sertão do Cariri não tem uma. Definitivamente o termo raposa serve pra região, que me desculpem as raposas, tadinhas.

Comentários

Anônimo disse…
De novo a velha teoria da conspiração?
A questão são os índios sim, porque esses arrozeiros com cabeça de capitalista (e certidão de nascimento de gaúcho) acham que terra tem que ser explorada e sugada e não ficar pra índio que mal fala português e não sabe ganhar dinheiro.
O nióbio não é a questão porque o subsolo não pertence aos índios, está na Constituição Federal (art. 20, ix). Com os índios, que aliás são os soldados que melhor conhecem a região, a presença brasileira e do exército está assegurada. Com os arrozeiros vassalos da Monsanto não tenho tanta certeza.
Por fim, imaginar um fantasma, uma conspiração, um segredo, é algo que seduz muito mais. E ainda por cima contempla uma idiossincracia da avant-garde petit bourgeois de poder mostrar que está sempre à frente, sabe algo que os outros não sabem.
Wagner de Mello disse…
É comum tentar desqualificar denúncias importantes com essa tal "teoria da conspiração"; não sei por que milagre não foi dito: "isso é discurso de direita!". O regime militar tapava a boca dos descontentes; o regime atual se esforça para tapar os olhos de todos. Êta povinho... tratem de enxergar o óbvio!

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