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Mostrando postagens de outubro, 2009

Ode aos despeitados

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Muita gente critica o trabalho do vitalício secretário de corte e costura do Amazonas. Alguns despeitados o chamam de Robélio Braga, coisa de gentinha, né não?! Criticam porque ele expulsou as beatas devotas de São Sebastião, tirando da praça a tradicional quermesse anual do santo que dá nome ao Largo, espremendo-as na calçada do Bar do Armando, só pra dar mais espaço pro tapete vermelho anual que ele estica para passar os atores globais talentosos quando vem buscar seus cachês altíssimos e se refestelar nas festas do Negão regada a uísque bancado com nosso dinheiro. Quem critica é porque não foi convidado da festa, gente provinciana, com falta de visão, despeitados que não percebem o sonho do secretário, um homem que pensa Manaus com sua vocação de Paris dos Trópicos, que vive a belle epoque na sua essência, um homem culto, que ouve opera no jantar e que cultiva o excelente hábito de andar de carruagens pelas ruas de pedra do centro, ouvindo jazz. O fato é que o populacho ladra e a ca

Ah...ah aaaah..sou véio gagá.

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Bom ouvir Arnaldo Antunes quando diz “quero envelhecer para ser um velho gagá...”. Muito bom envelhecer. Cara...”a barba vai caindo , os cabelos vão sumindo pra cabeça aparecer, e o tempo vai dizendo que agora é pra valer, os outros vão morrendo e a gente aprendendo a esquecer”. Viva o meu mal de alzaimer. Bruuuuuuuu.

O irreversível destino do Emo Sapiens

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Raimundo nasceu às margens do Rio Jaú no Amazonas, filho de caboclos descendentes de índios da Amazônia. Aos 10 anos de idade seus pais foram obrigados a abandonar a região, pois ela havia se transformado em reserva ambiental e a ONG que administra a área proibiu a entrada dos regatões, barcos regionais que fazem o comercio pelos rios, levando insumos básicos a sobrevivência dos caboclos já integrados ao modo de vida branco. Quando a sua família chegou à Manaus, foram jogados na indigência, pois não eram nem índios e nem brancos, e a vida dura em uma cidade grande os levou a morar nas ruas. Seu pai em pouco tempo estava roubando e traficando e sua mãe se prostituia. Quanto ao Raimundo, passava seus dias andando pelas praças do centro da cidade cheirando cola de sapato com bando de meninos abandonados. Aos 13 anos encontrou um padre que trabalha com resgate de indigentes, e tem preferência por meninos adolescentes. Na condição de protegido do padre pedófilo, ele começou a ter experiênc

De novo o Complexo de Vira Latas

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Complexo de vira-lata é uma expressão criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, a qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela Seleção Uruguaia de Futebol na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã. O Brasil só teria se recuperado do choque (ao menos no campo futebolístico) em 1958, quando ganhou a Copa do Mundo pela primeira vez. Para Rodrigues, o fenômeno não se limitava somente ao campo futebolístico. Segundo ele, por 'complexo de vira-lata' entendo eu, é “a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”. Ainda segundo Rodrigues “o brasileiro é um narciso às avessas, que cospe na própria imagem. Eis a verdade: não encontramos pretextos pessoais ou históricos para a auto-estima”. O Brasil está passando novamente por isso. Um bando de brasileiros idiotas não se acham grande o suficiente para administrar uma Copa do Mundo ou uma Olimpíada

A sauna gay indígena londrina

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Manaus está coberta de fog. A cidade está tão enfumaçada que parece Londres. Os caboquinhos estão realizando um sonho antigo. Ser inglês. Esse é um desejo atávico da classe média manauara. Agora a cidade está à cara de Londres e de São Paulo, é só fumaça e engarrafamento. Somos uma metrópole enfim. O calor de cinqüenta graus é um detalhe de fundo. O lance é a inserção, nem que para isso tenhamos que viver numa cidade onde o calor faz colar os ovos e gelatinar os bogas. A solução pensada é cortar todas às arvores e pôr carpete em tudo, carpete verde, imitando a grama da Inglaterra que na verdade é grama do planalto andino peruano, cobrir com uma grande esfera de vidro, por ar condicionado e ter metrô de superfície cortando os céus. Por conta desses delírios não vi que minha urina estava molhando minhas patas no banheiro sujo do Castelinho, bar no centro da cidade, refugio de neo metaleiros, punks, lésbicas de ocasião, bibas travestidas de roqueiros pesados e neo-ambientalistas criados e

Ahhhh.....esse Lula!

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O Cronica Bipolar republica texto do Blog do Leandro Fortes. Lula poderia ter agido, como muitos de seus pares na política agiriam, com rancor e desprezo pelo Rio de Janeiro, seus políticos, sua mídia, todos alegremente colocados como caixa de ressonância dos piores e mais mesquinhos interesses oriundos de um claro ódio de classe, embora mal disfarçados de oposição política. Lula poderia ter destilado fel e ter feito corpo mole contra o Rio de Janeiro, em reação, demasiada humana, à vaia que recebeu – estranha vaia, puxada por uma tropa de canalhas, reverberada em efeito manada – na abertura dos jogos panamericanos, em 2007, talvez o maior e mais bem definido ato de incivilidade de uma cidade perdida em décadas de decadência. Vaiou-se Lula, aplaudiu-se César Maia, o que basta como termo de entendimento sobre os rumos da política que se faz e se admira na antiga capital da República. Fosse um homem público qualquer, Lula faria o que mais desejavam seus adversários: deixaria o Rio à próp